segunda-feira, 17 de março de 2014

Energia apartir do esgoto

Como já foi dito neste blog, e ainda será repetido diversas vezes, um dos  piores problema que enfrentamos é a poluição.

O que fazer com tanto lixo, com tantos gases tóxicos e nocivos ao meio ambiente? O que fazer com esgoto que é despejado em nossos rios.
Para a última pergunta, já há estudos no Brasil para que o esgoto seja fonte de energia conforme matéria abaixo: 

"Será possível? Gerar energia elétrica a partir do esgoto doméstico? ? o que está fazendo projeto desenvolvido pelo CENBIO (Centro Nacional de Referência em Biomassa), do IEE (Instituto de Eletrotécnica e Energia) da USP (Universidade de São Paulo). O sistema, instalado no CTH (Centro Tecnológico de Hidráulica) da universidade, está transformando parte do esgoto produzido no CRUSP (Conjunto Residencial da USP) e no restaurante central da Universidade, em energia elétrica.
O sistema foi apresentado oficialmente em julho de 2005, ao término do projeto. Também foi tema de mestrado da engenheira química Vanessa Pecora e de trabalho de conclusão de curso do engenheiro mecânico Fernando Castro de Abreu, ambos pesquisadores do CENBIO. A partir do biogás obtido no tratamento do esgoto, o equipamento é capaz de gerar cerca de 14 quilowatt-hora (kWh) de energia, relativo à captação aproximada de 72 metros cúbicos (m3) diários do esgoto doméstico do CRUSP e do restaurante, produzido por cerca de 500 pessoas.
O sistema de tratamento do esgoto utilizando um biodigestor modelo Reator Anãróbico de Fluxo Ascendente, mais conhecido como RAFA já estava instalado no CTH. O trabalho do CENBIO foi captar, purificar e armazenar o biogás em um gasômetro, que possui 10 m3 de volume útil, e transformar esse gás em energia elétrica. Segundo Castro de Abreu, ao todo, foram mais de três anos de pesquisas e instalação dos equipamentos.
Sistema viável
A pesquisa explica, porém, que o equipamento do CTH não pode ser utilizado em escala comercial. Segundo ela, eles conseguiram provar que a transformação do biogás em energia é possível. Para usá-lo em escala comercial, no entanto, o sistema teria de ser mais amplo. No município de Barueri, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), chegou a implantar um sistema semelhante.
A engenheira química destaca o baixo custo do gás combustível. "Trata-se de um gás que é normalmente desprezado ou é emitido diretamente na atmosfera, agravando o impacto ambiental", avalia. A captação obtém cerca de 3m3 de esgoto por hora. Após as etapas de filtragem em que são retirados sólidos, materiais oleosos e graxas dos dejetos, o esgoto é encaminhado para o biodigestor (RAFA) que opera sem a presença de oxigênio. O RAFA tem seis metros de altura e comporta um volume de 25 m3 de esgoto. "Os materiais sólidos, oleosos e graxas são encaminhados a um sistema de compostagem", explica Vanessa.
Após um tempo denominado TRH (Tempo de Retenção Hidráulica) de cerca de 8 horas, o biogás obtido do tratamento anãróbio do esgoto é captado na parte superior do biodigestor e encaminhado ao sistema de purificação, onde ocorre a remoção de umidade e do ácido sulfídrico (H2S). Em seguida, o biogás é armazenado no gasômetro e utilizado como combustível no grupo gerador. "A capacidade do gerador é de produzir até 14 kWh. Nosso sistema atinge, no momento, 2,4 kWh", diz a engenheira. Um painel composto por lâmpadas e resistências, instalado ao lado do gerador, mostra os resultados da energia gerada pelo sistema. Segundo Vanessa, a idéia é dar continuidade às pesquisas e tentar buscar recursos junto a instituições financiadoras para aperfeiçoamento do projeto.
Com informações da USP

Fonte: http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2006/11/28/428475/esgoto-vira-energia-eletrica.html

Há também outros estudos e projetos paralelos em diversos outros lugares no mundo, que seguem a mesma linha de raciocínio. Vejam a reportagem a seguir:


 

"Washington  - Cientistas americanos podem ter descoberto uma nova forma de produzir energia limpa a partir da águas suja, segundo um novo estudo publicado esta segunda-feira.
Engenheiros desenvolveram um método mais eficiente que consiste em utilizar micróbios para obter eletricidade a partir da água residual.
Eles esperam que esta técnica possa ser usada em usinas de tratamento de esgoto para neutralizar os poluentes orgânicos em "zonas mortas" de lagos e mares onde o desague de fertilizantes exaure o oxigênio, sufocando a vida marinha.
Por enquanto, a equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford começou a trabalhar em pequena escala, com um protótipo do tamanho de uma pilha D, que consiste em dois eletrodos - um positivo e um negativo - mergulhado em uma garrafa de água residual, cheio de bactérias.
À medida que as bactérias consumiram a matéria orgânica, os micróbios se concentraram em torno do eletrodo negativo, expulsando os elétrons, que foram capturados, por sua vez, pelo eletrodo positivo.
"Chamamos isto de pesca de elétrons", explicou o engenheiro ambiental Craig Criddle, um dos principais autores do estudo, publicado na edição desta semana do periódico Proceedings of National Academy of Sciences (PNAS).
"É possível ver que os micróbios constroem nanofios para descarregar o excesso de elétrons", acrescentou Criddle.
Os cientistas há muito conhecem estes micróbios, denominados de exoeletrogênicos, que vivem em ambientes sem ar (anaeróbicos) e que são capazes de "respirar" óxidos de minerais no lugar de oxigênio para gerar energia.
Ao longo dos últimos 12 anos, alguns grupos de pesquisa testaram abordagens diferentes para transformar estes micróbios em biogeradores, mas se mostrou difícil aproveitar a eficiência energética.
Segundo os cientistas, seu novo modelo é simples, porém eficiente, e consegue aproveitar cerca de 30% da energia potencial das águas residuais, aproximadamente a mesma taxa de painéis solares disponíveis comercialmente.
Eles admitiram existir menos energia potencial disponível nas águas residuais do que nos raios solares, mas afirmaram que o processo tem um benefício adicional: limpar a água. Isto significa que pode ser usado para compensar parte da energia utilizada atualmente para tratar o esgoto." 
Fonte:http://info.abril.com.br/noticias/tecnologias-verdes/2013/09/cientistas-obtem-energia-a-partir-do-esgoto.shtml

Em resumo isso mostra que ainda há esperanças, basta haver mais investimentos no setor, e empenho dos profissionais da área. 

É a extrema falta de interesse dos governantes e do setor industrial para financiamentos e incentivo, o real problema enfrentado na atualidade.