Derretimento das calotas polares ocorre em ritmo acelerado
Mais completo estudo já realizado mostra que o degelo contribui cada vez mais para o aumento do nível do mar. Groenlândia tem a pior situação.
“Como a massa global dessas geleiras é relativamente pequena em comparação com o volume gigante de gelo na Groenlândia e na Antártica, as pessoas tendem a não se preocupar”, afirmou Tad Pfeffer, pesquisador da Universidade do Colorado, nos EUA, em material divulgado pela Nasa. No entanto, ele definiu essas formações hidrológicas como “um colaborador importante para o aumento do nível do mar”.
As calotas polares (gelo acumulado em cima da terra firme) estão derretendo num ritmo cada vez mais acelerado. É o que mostra o mais atual e completo levantamento realizado a partir de observações de satélites, publicado nesta sexta-feira na revista científica Science. De acordo com o estudo, o derretimento anual de 4.260 bilhões de toneladas de gelo na Antártida e na Groenlândia, em um período de quase 20 anos, aumentou em 11 milímetros o nível do mar — o equivalente a um quinto do aumento observado no período.
No levantamento, Andrew Shepherd, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, em parceria com uma equipe de 47 pesquisadores de 26 laboratórios internacionais, concluiu que entre 1992 e 2011 as calotas polares da Antártida e da Groenlândia perderam 1.320 e 2.940 bilhões de toneladas de massa de gelo por ano, respectivamente. Esse derretimento seria responsável por parte do aumento do nível do mar. “O restante do aumento é causado pelo próprio aquecimento das águas, numa reação conhecida por expansão térmica”, diz Paulo Polito, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, em entrevista ao site de VEJA.